Apenas 1 índio fez parte do grupo que protestou em
frente ao TJ de Rondônia.
Pedidos são de não criminalização e liberdade aos líderes do povo tenharim.
Pedidos são de não criminalização e liberdade aos líderes do povo tenharim.
Suzi
Rocha Do G1 R.
Após 12
horas acampando em frente ao prédio do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO), em Porto Velho, um grupo de 30
manifestantes deixou o local na manhã desta segunda-feira (23), após protocolar
um documento que pede pela liberdade dos cinco índios tenharim, presos como
suspeitos de assassinarem Luciano Freire, Aldeney Salvador e Stef Pinheiro.
As
vítimas tiveram seus corpos encontrados no dia 3 de fevereiro deste ano, em uma
cova rasa dentro da Reserva Tenharim, no Sul do Amazonas, após desaparecerem,
no dia 16 de dezembro de 2013, enquanto viajavam pela BR-319.
Os
indígenas suspeitos do crime estão presos preventivamente desde o dia 30 de
janeiro. Eles passaram pelo Centro de Ressocialização Vale do Guaporé e
atualmente encontram-se a disposição da Justiça na Penitenciária de Médio Porte
- Pandinha. As prisões dos índios aconteceram durante uma operação que teve
participação de 400 homens da Polícia Federal, Exército, Força Nacional e
Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Os
manifestantes alegam que o povo tenharim sofre com a ausência de seus líderes
presos, porque dois deles são filhos do cacique Ivan, sendo que um deles
deveria assumir o lugar do pai, encontrado morto no dia 2 de dezembro de 2013.
O outro índio é cacique da Aldeia Taboca, também na reserva Tenharim, Domisceno
Tenharim.
O único
índio que integrou o manifesto foi José Humberto Tenharim, de 25 anos. Ele
falou da indignação pela prisão do cacique. “Ele é nosso líder maior, nossos
rituais estão comprometidos, o ‘Mbotawa’, que é a festa dos espíritos deveria
acontecer em julho, mas já não sabemos mais.
Todo o povo Tenharim está sofrendo
com isso, interfere no nosso modo tradicional de viver”, lamenta o indígena.
José
Humberto Tenharim, de 25 anos
(Foto: Suzi Rocha/G1)
(Foto: Suzi Rocha/G1)
Os demais
manifestantes são ativistas sociais de organizações não governamentais como o
Instituto Madeira Vivo; Instituto Índia Amazônia; Movimento dos Atingidos Por
Barragens (MAB); Rede de
Educação Cidadã; Conselho Indigenista Missionário;
Coletivo Jovem pela Sustentabilidade; Via Campesina; estudantes de sociologia e
biologia da Universidade Federal de Rondônia (Unir) e da doutoranda em história
social pela Universidade de São Paulo (USP), Márcia Mura.
“O documento não esclarece um pedido exato de soltura dos índios”, disse a assessoria. Ainda de acordo com o TJ-RO, o homicídio aconteceu em um município do Amazonas onde não há um presídio com capacidade de abrigar os índios, e que por isso eles permanecem em Porto Velho. “A Justiça do Amazonas chegou a pedir a transferência dos indígenas, mas o pedido foi negado pelo desembargador Valter Oliveira. O julgamento na esfera federal não tem data definida para acontecer”, diz o TJ-RO.
No dia 25 de dezembro de 2013, moradores dos municípios de Apuí e Humaitá, no Sul do Amazonas – região de conflito permanente entre os moradores e indígenas da reserva Tenharim – realizaram alguns manifestos para cobrar agilidade da PF-RO nas buscas pelos três homens, até então, desaparecidos. Populares atearam fogo em carros, barcos, além das sedes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e antigas instalações da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em Humaitá (AM). No dia seguinte, policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Amazonas seguiram para o município.
fonte: G1.COM/AM.
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