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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Crise silenciosa abala amizade entre Omar e Eduardo


Por: Paula Litaiff
Manaus - Declarações dadas à imprensa, mudanças na antiga estrutura do governo do Estado, críticas de ex-aliados e à possível aliança com o prefeito de Manaus, Amazonino Mendes (PTB) são apontadas por especialistas e parlamentares como indícios de abalo na relação entre o governador do Estado Omar Aziz e o senador pelo Amazonas Eduardo Braga (PMDB). A aliança para as eleições municipais do ano que vem é vista como principal causa para o afastamento entre os dois.


Deputado estadual de oposição Marcelo Ramos (PSB) afirmou que, no primeiro ano de governo, Braga foi responsável por uma das principais críticas contra Omar, durante uma entrevista ao jornal A Crítica, no mês passado. “O ex-governador disse que deixou a administração estadual há um ano e dois meses e há 14 o Estado permanece o mesmo. Nem eu seria capaz de fazer uma crítica tão forte assim contra Omar”, observou.

Outra indício de relação estremecida foi observado quando um dos aliados de Braga na Câmara Municipal de Manaus (CMM), o vereador Massami Miki (PSL), criticou o governo de Omar na administração do Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim), no dia 7 deste mês.
Massami disse que enviou um requerimento à administração estadual solicitando à Unidade de Gerenciamento do Prosamim (UGP) o motivo da descontinuidade ou atraso na entrega das obras. O vereador disse que visitou as obras do Prosamim em diversos pontos e percebeu serviços paralisados.

Um dia após as críticas de Massami, o ex-secretário de Comunicação do Governo de Braga e amigo pessoal dele, Hiel Levy (atual diretor de Comunicação da Câmara) postou em seu blog críticas ao governo de Omar em relação à falta de ações para impedir a invasão ‘José Alencar’, no Tarumã. Hiel fez elogios a Braga por impedir ações como essas no período em que foi governador e disse que “a inércia” do governo e da Justiça, nesse momento, era inadimissível.

Esta semana, Hiel afirmou que não se tratava de uma crítica contra a pessoa de Omar Aziz e sim contra a administração dele. “O que fiz foi uma crítica à administração e ao governo. Eu não acredito que haja ‘racha’ na relação do Omar com o senador (Braga)”, disse.

Gestão

Na opinião do deputado estadual Luiz Castro (PPS), parlamentar de oposição, Omar não tem seguido a cartilha política de seu antecessor. “Ele fez questão de mudar o relacionamento que o governo tinha com todos os deputados. Isso tem ocorrido com a prática de um estilo diferente e de um comportamento menos autoritário”, afirmou.

O cientista político da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) Guilherme Gomes, também observa rompimento na relação de Omar e Braga quando o atual governador decidiu chamar para sua administração gestores antes ignorados por Braga ou até desafetos do ex-governador.

“O atual diretor da Companhia de Gás do Amazonas (Cigás), Lino Chíxaro, nunca foi bem quisto por Braga. O procurador-geral de Justiça, Francisco Cruz, era ignorado pelo ex-governador durante vários anos quando vencia a disputa interna no Ministério Público, mas era ignorado por Braga na indicação ao cargo”, apontou Gomes.

O cientista político Jaime Martins, da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), avaliou que Omar tem buscado ignorar as ações deixadas pelo ex-governador ao extinguir ou criar novos órgãos na estrutura governamental. “Que continuidade de governo é essa que acabou com um grupo policial que era promessa do antecessor para o fim da violência no Estado?”.

Martins se referiu à extinção do Batalhão de Resposta Rápida, Apoio e Intervenção Operacional (Raio), desativado por Omar no dia 6 deste mês, três anos depois de ser criado por Braga.

O cientista político também lembrou a extinção do Conselho de Desenvolvimento Humano (CDH), dirigido pela ex-primeira-dama do Estado, Sandra Braga, e uma das marcas do governo de Braga, além da criação da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência. “Omar mostra que não está seguindo as diretrizes de Braga e isso denota rebeldia”, declarou.

A reportagem do Portal D24AM tentou contato com a assessoria de Braga e foi informado que ele entraria em contato para falar sobre o assunto. Até a publicação desta reportagem, o senador não retornou a ligação.

Omar não comentou o assunto, alegando que neste momento não pensa em eleições. “Estou pensando em colocar meus projetos na rua. Estamos com muita demanda no governo do Estado. O que há são especulações, mas não é o momento para discutir política e alianças. A convenção partidária acontecerá em junho do ano que vem. Logo, tenho um ano para pensar nesse assunto”, salientou.


fonte: Diario do Amazonas

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