Lembro da cachoeira do Tarumã, com suas águas geladas e velozes onde costumava mergulhar amparado pelos braços vigilantes e firmes de meus pais. A correnteza era forte e a água abundante, mas deixaram poluir, e o que era lazer e alegria, virou fedentina e tristeza. Até hoje não consigo passar por ali sem me lembrar daqueles tempos de menino em que tudo era diferente.
A degradação do centro da cidade e de seu patrimônio histórico, dos nossos igarapés e balneários, assim como a desconstrução da nossa identidade em geral, são faces da mesma moeda. Têm origem na letargia com a qual assistimos nos últimos quarenta anos a mais absoluta ausência de políticas para o esporte, para a habitação e para o meio ambiente, entre outras. Precisamos modificar isso agora.
Os anos 70 e 80, já se foram, chegamos ao século XXI, e ainda nos resta parte do Tarumã, esse refúgio de área verde do lado oeste de Manaus; seu igarapé despoluído difere da generalidade dos mais de duzentos correntes na área urbana dessa cidade resistente que é nossa capital. Quiçá da demagogia não se origine a omissão, ou as más ações, afinal, todos esperamos não ver surgir - ou ressurgir - nenhum ser iluminado para “resolver o problema desse povo sofrido e carente” e doe terreno e madeira, com dinheiro público, diga-se de passagem, “para que os que não têm onde morar, possam construir sua moradia”. O problema da moradia para as pessoas de baixa renda não se resolve demagogia, nem com invasões, mas com política habitacional.
Os anos 70 e 80, já se foram, chegamos ao século XXI, e ainda nos resta parte do Tarumã, esse refúgio de área verde do lado oeste de Manaus; seu igarapé despoluído difere da generalidade dos mais de duzentos correntes na área urbana dessa cidade resistente que é nossa capital. Quiçá da demagogia não se origine a omissão, ou as más ações, afinal, todos esperamos não ver surgir - ou ressurgir - nenhum ser iluminado para “resolver o problema desse povo sofrido e carente” e doe terreno e madeira, com dinheiro público, diga-se de passagem, “para que os que não têm onde morar, possam construir sua moradia”. O problema da moradia para as pessoas de baixa renda não se resolve demagogia, nem com invasões, mas com política habitacional.
O financiamento das construções constitui-se em dos exemplo disso. Existem outros. É preciso respeitar o plano diretor da cidade. O inverso nós já vimos como é: bairros sem infraestrutura, creches, escolas, posto de saúde, etc. O resultado idem, aumento da violência e da criminalidade em geral. O ocorrido com centro da cidade é suficiente para nos ensinar: não dá mais pra aceitar a leniência com o crime como parte de uma política do deixar fazer. É preciso romper com a lógica do cada um por si, onde todos podem tudo. Manaus tem problemas sérios em muitas áreas que precisam ser enfrentados. O saneamento básico, a habitação e a preservação do restante de sua cobertura verde estão entre suas prioridades, e não vai ser afrontando o estado de direito e a razoabilidade que esses problemas serão resolvidos.
Apesar de tudo, estamos avançando.A decisão de retirada dos invasores da área do Tarumã e a efetiva atuação dos órgãos ambientais, inclusive preventiva, parecem sinais de um novo momento. (Luís Cláudio Chaves/Articulista)
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