O italiano Piergiorgio Albertini, o “Padre Jorge”,
72, é o primeiro bispo da Igreja Católica condenado pela justiça Amazonas pelo
o crime de estupro de vulnerável contra três crianças, todas de famílias
pobres, que frequentavam a casa paroquial de Cristo Rei, no Município de Boba
(a 215 quilômetros de Manaus, no rio Madeira), onde o padre exercia o
sacerdócio há mais de uma década. Na última terça-feira, ele foi sentenciado
pelo juiz Eliézer Fernandes Júnior a cumprir nove anos de prisão em regime
fechado.
Até a última sexta-feira, Padre Jorge ainda não
havia sido encontrado para tomar ciência da sentença. De acordo com o juiz,
ainda não é possível dizer se ele está foragido ou não, já que o seu passaporte
está em poder do juiz. Nos últimos meses, ele alegou estar doente e chegou a se
ausentar da cidade sem autorização judicial. Desde que passou a ser
investigado, em 2003, ele foi afastado das funções que exercia na basílica de
Santo Antônio, prelazia de Borba.
Padre Jorge começou ser investigado após denúncias
feita por uma de suas vítimas, a menina Fernanda*, na época com 9 anos. Ela
contou que foi atraída para a casa paroquial, onde o bispo praticou com ela
vários atos libidinosos. Em seu depoimento, a menina declarou que ele a fazia
sentar em no colo dele e acariciava as partes íntimas dela. No final, ele
oferecia alimentos, guloseimas e até dinheiro para ela.
Segundo Fernanda, o bispo ficava despido e mandava
ela tirar a roupa para pegar nas partes íntimas dela. No depoimento consta
ainda que o bispo se esfregava no corpo dela até ejacular. Depois, padre Jorge
sempre prometia presenteá-la com bicicleta, bolsa de estudo e dinheiro. A
menina disse que ele manteve a prática libidinosa com ela até os 13 anos de
idade. Conforme o exame, realizado na época pelo médico Hector Rey, o hímen da
adolescente estava rompido há, pelo menos, sete dias. ”Eu cheguei a ver ele
fazendo isso com outras meninas. Não quero mais falar sobre isso”, disse ela à
reportagem.
Outra vítima do Padre Jorge, que conseguiu
denunciá-lo, foi a menina Carla*. Quando ela completou 12 anos, o bispo disse
que iria presenteá-la e convidou-a para ir à casa paroquial. No local, ele a
presenteou com um estojo de escova e pente, brinde de uma companhia aérea, e em
seguida abriu a geladeira, mostrando que tinha muitos chocolates. Segundo
depoimento da vítima, o padre chamou-a para sentar-se na coxa dele, que passou
a mão nas partes íntimas dela.
Carla contou ainda que certa vez foi levada com
outras crianças a um balneário da cidade denominado “Lira”, para aprender nadar
e que o Padre Jorge, enquanto ensinava-a passava as mãos nela.
Carla afirmou que o padre costumava abraçá-la
sempre pela frente ou por trás e esfregava o órgão genital nela, dizendo que
era sem querer.
Com base na denúncia das vítimas, foi instaurado
inquérito policial para investigar o caso e, no decorrer das investigações,
ficaram comprovadas as acusações, por meio das declarações das vítimas.
*Nomes fictícios.
Fonte: www.acritica.uol.com.br
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