Márcio Ramos, 27 anos, um
rapaz que passou pela vida veloz, Junior
Rodrigues, 19, anos, um jovem como outros com muitos sonhos e cheio de vida.
Quis o destino unir essas duas vidas num fato que foi a ultima atuação dos
dois. Olhando de perto o sorriso do Zelmo, já consigo imaginar o que seria para
ele conhecer o Márcio, eles seriam bons amigos.
Marcio, brincam os colegas, arrumava amigos até na
hora de discutir, no futebol se pisavam no seu pé logo abraçava o oponente e
dava-lhe um aperto em sinal de rendição, este jeito que conquistou uma cidade
inteira que o acompanhou durante os quase dois dias em que tudo se desencadeou
até a morte e sepultamento.
Zelmo, o moço de Ariquemes, representa o vigor da
juventude, a busca do corpo perfeito, o assédio das meninas, os muitos sonhos
que às vezes nem mesmo os pais sabem que estão lá bem num canto especial da
mente, ele está fazendo muita falta a todos que o conheciam, é uma dor
irreparável para os pais, os amigos, muitos que angariou em toda sua vida na cidade
de Ariquemes e em Humaitá também.
Duas vidas jovens que se encontraram, não numa
curva, mas numa reta que não tiveram tempo de serem apresentados um ao outro,
mas que foram juntos para o outro lado da existência. Foi doloroso para a família
Teixeira, foi doloroso para os Rodrigues Ferreira. No dia 20 a angústia começou
nas duas cidades, no dia 23 as duas ainda tentam conciliar uma vida sem os
dois. O que fazer? Não há palavras para dizer numa hora dessas, o melhor mesmo
é ficar em silêncio e chorar junto com o seu Zelmo, pai e com o senhor Ramos, é
dizer para a mãe dos dois rapazes, eu sinto muito, não com palavras, mas com um
profundo choro que brota do fundo da alma. Eu sinto muito... sinto muito.
Não é preciso deixar de lembrar aos outros muitos
Márcios e Zelmos que estão por aí esbanjando vida, cantando seus amores,
jogando suas partidas, sonhados seus profundos sonhos de vitória, Cuidado! Os
jovens também partem, os jovens precisam de prudência, os jovens precisam ouvir
o pai e a mãe, fazendo isto teremos menos pais chorando uma lágrima dorida e
filhos enterrando seus pais, a lógica normal do ciclo humano. Adeus Zelmo,
Adeus Márcio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário