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A informação é do delegado de Polícia Civil de Cacoal, Alexandre Baccarini. Segundo ele, Sérgio foi o responsável por toda a fraude que permitiu que a conta bancária do casal fosse movimentada pelo seqüestrador Raimundo Nonato Pereira, o "B18".
"Não sabemos se ele tinha conhecimento do seqüestro e das mortes, mas ele sabia que estava fraudando uma conta", disse o delegado, em entrevista ao MidiaNews.
Segundo Baccarini, Raimundo Nonato de Souza depositou o prêmio em uma conta da Caixa em Cacoal, cidade onde morava. Ele se mudou para Pontes e Lacerda (448 km a Oeste de Cuiabá), mas a conta continuou na cidade do rodoniense.
"O Raimundo, o B18, não ia conseguir fazer grandes saques apenas com o cartão. Os saques teriam que ser realizados na agência. Nesse momento, o Sergio entrou na jogada e fraudou a abertura de uma nova conta para que o B18 pudesse movimentar, se passando pela vítima", contou o delegado.
Segundo o policial, Sérgio teve participação efetiva em toda a fraude bancária, mentindo e manipulando os outros funcionários da agência.
"O Sérgio trabalha no setor de penhor da Caixa, ele não poderia abrir contas. Ele disse para a gerência que um amigo havia ganhado na loteria e que iria movimentar o dinheiro na agência. Com a condição que o próprio Sérgio agilizasse a abertura da conta e movimentação financeira", informou Baccarini.
Com a permissão da gerência para fazer o processo de abertura de contas, Sérgio passou a fraudar documentos e auxiliar nos saques. "A agência de Cacoal enviou os documentos do verdadeiro titular da conta. O Sérgio, que conferiu, atestou que eram os mesmos documentos que o seqüestrador usava. Desde então, o B18 teve livre acesso ao dinheiro da loteria", disse o delegado.
"Velhos conhecidos"
O delegado disse que Raimundo Nonato Ferreira, a vítima, e os seqüestradores Raimundo Nonato Pereira, Ivan Rosa Moreira e o bancário Sérgio Fernandes eram velhos conhecidos. "Todos eles já se conheciam. Os quatro trabalhavam com garimpo. O próprio Sérgio era dono de uma draga. A sogra do Ivan mora em Cacoal", disse Baccarini.
Sobre o crime, o delegado acredita que o mentor de todo o caso é o Raimundo Pereira. "Acredito que o Raimundo é o mentor, o Ivan fez toda a logística, inclusive, recrutando os sobrinhos para o crime. Já o Sérgio fez a fraude bancária", completou o delegado.
Entenda o caso
A Polícia Civil prendeu quatro assaltantes acusados de sequestrar e assassinar o casal em Pontes e Lacerda. A prisão foi realizada na última segunda-feira (31) e divulgada nesta sexta-feira (4), durante entrevista do delegado Luciano Inácio.
O crime foi premeditado, para roubar o prêmio da Quina, no valor de R$ 1,4 milhão, que o casal Raimundo Nonato Ferreira de Souza e Liliana Góis Saldanha ganhara, na cidade de Cacoal (RO).
Foram detidos Raimundo Nonato Pereira da Silva, conhecido como "B18" e é acusado de ser o mentor do crime, preso em Cacoal; Luiz Paulo da Silva, 22, é apontado como assassino de Liliane; Ricardo Oliveira de Queiroz, 27, usou o carro para levar o bando de Cuiabá até Pontes e Lacerda; e Lauro Rosa Bueno, 22, sobrinho de Ivan Rosa Moreira, 45, acusado de matar Raimundo Ferreira. Este último está foragido.
Segundo a Polícia Civil, o casal foi executado logo após o sequestro, em outubro do ano passado, e o filho, de cerca de 1 ano e 6 meses, foi mantido vivo e passou por vários lares em Cuiabá.
As investigações foram coordenadas pelo delegado Luciano Inácio da Silva.
rondonia ao vivo.
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