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sábado, 17 de maio de 2014

DESCASO NA BR 319, COLOCAR VIDA DE MORADORES EM RISCO NA COMUNIDADE REALIDADE



É um sofrimento só. Quando chove é lama em todo lugar, quando faz sol é poeira.

Cerca de 2 mil famílias que moram em Realidade, comunidade do Município de Humaitá, a 600 quilômetros de Manaus e 290 quilômetros de Porto Velho, ficam durante sete dos 12 meses do ano sem contato com nenhuma cidade. desde de janeiro, as chuvas castigam a região intensificando o drama das famílias, impedindo o único acesso terrestre.

A população que sobrevive ao longo da BR-319 reclama do abandono do Governo Brasileiro e do completo isolamento que se impõe em determinadas épocas do ano, por conta das condições da rodovia. A maioria das famílias trabalha com agricultura, extrativismo e manejo de madeira. Elas têm prejuízos anuais por não conseguirem escoar a produção.

Quem se arrisca a sair de carro fica preso no atoleiro e só é retirado com ajuda de tratores, mas apenas quando se está perto da comunidade. Segundo um morador os casos em que os veículos ficam no atoleiro longe da comunidade, eles são resgatados somente depois de dias, quando a chuva dá uma trégua ou o trator consegue chegar ao local.

Viagem arriscada
Os moradores que adoecem ao dirigem-se ao único posto de saúde são encaminhados para a cidade de Humaitá e ficam atolados na estrada e pioram. As pessoas chegam na comunidade motivada pela esperança de conseguir um terreno, pelo boatos que a rodovia seria reativada.

Segundo relatos de uma moradora, pelo período da tarde ela estava indo para Humaitá, no único ônibus que faz linha, com aproximadamente 30 pessoas e sem nenhum cinto de segurança. o ônibus deslizou rodando em direção a um lago d’água e quase acontece o pior, por pouco não capotou, a estrada estava tomada por lama, mas o motorista seguiu viagem a pedido dos passageiros. O que era esperado aconteceu. O ônibus ficou atolado e os passageiros dormiram nele até amanhã seguinte. Segundo ela, foi sorte alguém ter passado e acionado um trator para tirar o ônibus da lama.

“É um sofrimento só. Quando chove é lama em todo lugar, quando faz sol é poeira. É muito ruim ficar na estrada. Parece que estamos num lugar diferente do Brasil. Lugar esquecido. Será que alguém nesse Brasil sabe que a gente existe? Que estamos aqui? Será que alguém do Governo que deixa a estrada sem asfalto sabe o que passamos? Porque nunca vimos nenhum deles por aqui. Precisamos de médicos, de vida, precisamos ser reconhecidos, mas para isso precisamos da estrada”, desabafou.

Fonte: jornaldehumaita.com.br

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