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quinta-feira, 3 de março de 2011

Javier, traficante mais violento da tríplice fronteira, já está em Manaus

Joana Queiroz

Considerado o criminoso  mais violento  da tríplice fronteira - Brasil, Peru e Colômbia -, o narcotraficante peruano  Jair Ardela Michue, o “Javier”,

Traficante Javier desembarcou em Manaus nesta quarta-feira (2) (Ney Mendes)
chegou ontem a Manaus, onde vai ficar menos de uma semana e será encaminhado a um presídio federal de segurança máxima. Ele vai responder por pelo menos dez mortes praticadas em território brasileiro, entre elas a dos agentes  federais Mauro Lobo e Leonardo Yamaguti, ocorridas em novembro do ano passado.

“Javier” estava sendo procurado pelas polícias brasileira, peruana e colombiana desde 2007. Ele já possuía dois mandados de prisão preventiva da justiça colombiana, três da Justiça  Federal do Brasil. Segundo o superintendente da Polícia Federal, delegado Sérgio Fontes, “Javier” era o principal alvo, pelo seu caráter violento  e arrojado em suas ações.

“Ele é perigoso. As polícias brasileiras, peruana e colombianas gastaram dinheiro, esforço e vidas de policiais foram ceifadas na sua captura”, disse Fontes. Segundo as investigações, “Javier” além de comercializar droga, também contrabandeava armas de grosso calibre.  Ele é acusado de ter roubado um paiol de armas do Exército colombiano e depois ter provocado a explosão do local.

Segundo Sérgio Fontes, a prisão de “Javier” ocorreu num momento em que ele estava descapitalizado e com a segurança fragilizada. No momento que foi preso, na tarde de terça-feira, ele estava só em uma canoa de alumínio com motor de popa, descendo o rio Javari, em direção a uma localidade denominada de Sacambu, no Peru, nas proximidades no Município de Benjamin Constant, quando foi abordado por agentes federais.

“Javier” foi trazido para Manaus, sob forte esquema de segurança, em um Caravan, e desembarcou no aeroporto Eduardinho, de onde foi direto para a Superintendência da Polícia Federal, no conjunto D. Pedro II, Zona Centro-Oeste.

De acordo com Fontes, a preocupação atual é manter a integridade física do preso, já que há informações da existência de pessoas que têm interesse em matá-lo. Segundo o superintendente, “Javier” vai ser ouvido em depoimento, e será mantido preso no cárcere da Polícia Federal.

Depois, deverá ser encaminhado para um presídio de segurança máxima da PF, em outro Estado. “Nós ainda não podemos informar qual o presídio que vai recebê-lo”, disse .
Detalhes da fuga do traficante
No momento da prisão, “Javier” estava fugindo em uma canoa de alumínio com motor de popa. Ele foi abordado por três lanchas policiais com  mais de 20 homens da Polícia Federal, Raio da Polícia Militar, Força de Segurança Nacional e ainda uma lancha da Marinha para evitar que ele tentasse fugir.
Segundo o superintendente da Polícia Federal, ele não esboçou nenhuma reação, apenas o piloto do barco caiu na água e conseguiu escapar. Com “Javier” foram apreendidos 30 quilos de cocaína, um revólver calibre 38, nove celulares e uma granada.

Segundo Fontes, a maioria das pessoas que foi presa na terça-feira na operação Ilhas, realizada em Tabatinga (a 1.105 quilômetros de Manaus), era pistoleiro de “Javier”. Outros lavavam o dinheiro da venda da droga para o narcotraficante.

“Javier”  deverá ser ouvido por autoridades policiais colombianas e peruanas pelos diversos crimes que praticou nesses países.

Três perguntas para Sérgio Fontes, superintendente da PF no Amazonas

AC: O que representa a prisão do narcotraficante Jair Ardela, o “Javier”, para a segurança do Estado?
SF: O “Javier” é narcotraficante peruano violento e psicopata, que pregava a doutrina da violência. A prisão dele fortalece a imagem do Estado do Amazonas na fronteira e é uma forma de dizer que não se permite que seja transmitida a cultura da violência para o Brasil.
AC: Ele era o maior traficante da tríplice fronteira?
SF: Não. Era, sem dúvidas mais violento, possuía pistoleiros a seu serviço e andava muito bem armado. A prova do poder de fogo que ele tinha foi a quantidade de armas apreendidas durante a operação que resultou na prisão dele. Foram  mais de dez fuzis Galil e muita munição.

AC: Por que demorou tanto para ele ser preso?
SF: Por ele ser bem articulado, sabia como se movimentar, possuía informantes e conhecia muito bem a área em que atuava.

A CRITICA .

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