ELAÍZE FARIAS |
quarta-feira, 11 de julho de 2012
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As
lideranças indígenas apontam como motivos da ocupação e do pedido do
afastamento de Valmir Parintintin (que também é indígena)
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E exigiu a saída do atual titular, Valmir Parintintin. O grupo se qualifica como uma Comissão Interventora Indígena composta por representantes dos povos Pira-hã, Tenharim, Torá, Mundurucu, Mura, Apurinã, Miranha e Jiahui, cujos territórios estão localizados na calha do Alto Rio Madeira.
Domiceno Tenharim, cacique da Aldeia Taboca, disse que a ocupação já foi comunicada à presidência da Funai, em Brasília, mas os indígenas ainda não obtiveram resposta para sua reivindicação.
Em documento enviado para a Funai, as lideranças indígenas apontam como motivos da ocupação e do pedido do afastamento de Valmir Parintintin (que também é indígena) a falta de diálogo, a interrupção dos contratos de gêneros alimentícios, combustíveis e de funcionários terceirizados por uma suposta dívida, a não transferência de benefícios às aldeias e a ausência de projetos de agricultura e de desenvolvimento sustentável nas comunidades, entre outros.
As lideranças também indicaram para ocupar o cargo interinamente de coordenador da Funai em Humaitá o funcionário de carreira do órgão, Paulo Nazareno. Em um mês, os indígenas planejam realizar uma assembléia para apontar o nome coordenador definitivo, segundo Domiceno.
Conforme o indígena, o coordenador substituto Raimundo Tenharim, diferente do que ocorreu com Valmir, não foi retirado do cargo, mas ele acabou optando por também se afastar.
“Aqui na sede da Funai têm 20 pessoas. A gente está aqui desde sexta-feira, mas até segunda-feira os funcionários estavam trabalhando. A gente já pediu várias coisas, mas o coordenador vem negando. Ele não quer nem prestar conta. Mesmo ele sendo nosso parente, o comportamento não tem sido o que queremos”, disse Domiceno.
O secretário municipal de povos indígenas de Humaitá, Ivanildo Tenharim, confirmou a ocupação da sede da Funai e acrescentou que ela foi organizada pela Organização dos Povos Indígenas do Alto Madeira (Opiam) e pela Associação dos Povos Indígenas Tenharim. Ivanildo esclareceu, contudo, que não faz parte da mobilização.
Os indígenas deram um prazo de 48 para a Funai responder à reivindicação, desde sexta-feira passada. Até ontem, a resposta ainda não tinha sido enviada, segundo as lideranças. A reportagem entrou em contato por email com assessoria de comunicação da Funai, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.A reportagem não conseguiu falar com Valmir Parintintin.
fonte: ACRITICA.COM
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